O que Vence um Deus?


Terlan subestimou aquele pequenino ser. Julgou sua estatura que nem alcançava as rachaduras de seus dedos do pé, os pequenos músculos que nunca levantariam sequer seu próprio peso, julgou as palavras que não chegavam aos ouvidos do Deus na estratosfera, julgou a pele delicada como o espelho d'água que se romperia a mínima perturbação.

Mas o Deus via uma única coisa que não podia ser subjugada, a coragem do pequeno ser, que enfrentava o divino como se fosse um igual, como se tivesse chances. Desafiava o gigante com gestos e acompanhando os passos dele, provocando de pouco em pouco e sem motivo algum aparentemente. Terlan estava irritado com a insolência do verme e decidiu erradicar sua existencia.

Seu punho de rocha e veios metálicos se fechou, o enorme braço flexionou e mirou, seus olhos em fúria fitavam o já considerado cadáver, se é que sobraria algo para chamar de cadáver. A gigante mão desceu rasgando o espaço entrou nas camadas da atmosfera rompendo todas as barreiras, plasma incendiava o membro descendente as raízes metálicas chiando com o calor. O Deus rugia em êxtase e o pequeno ser não moveu um músculo.

A sombra ocupava uma área tão grande que sua borda não era mais vista, o calor tão insuportável que fazia areia virar vidro, um lago sumiu sem sequer virar vapor, árvores foram desintegradas sem irromper em chamas. O Deus já nem via mais o alvo, que foi encoberto pelo punho gigantesco, não pararia o ataque.

Uma centena de metros separava o punho de pedra do pequeno. Ele em um ato de ridícula coragem, desespero ou seja lá qual motivo, estendeu o braço esquerdo, esticou bem os dedos e esperou o choque, com expressão amena e tranquilidade impassável, parecia estar morto.

E o golpe foi parado, o plasma destruiu uma área considerável, a massa de ar deslocada varreu quilômetros de tudo na superfície daquele lugar, a atmosfera queimou, mas ali, em baixo de um nó de um dedo o pequeno ser segurava a mão do Deus, como se não pesasse absolutamente nada.

Os ouvidos do Deus escutaram uma risada e foi surpreendido com o fato do insignificante ser estar vivo. Retirou a mão lentamente e o viu intacto, seus olhos eram negros com pontos brilhantes, como o universo, a ponta de seus dedos gélidas, o zero absoluto, e dentro de sua boca ,sem fundo, saiu a mais terrível sentença para o Deus:


- EU SOU A TUA MORTE TERLAN! Quem te disse que deuses são imortais?


Imagem por Kuldarleedent
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